Questões ambientais

    Hoje em dia, com o rápido avanço tecnológico, criou-se um ciclo vicioso em que, constantemente,se modernizam aparelhos eletrónicos (atribuindo-lhes novas funcionalidades, tamanhos mais reduzidos, etc.), levando a que o seu ciclo de vida tenda a diminuir. Este facto gera grandes preocupações na medida em que há um enorme aumento da quantidade de REEE resultantes da produção em massa e do rápido consumo de equipamentos electroeletrónicos.A título exemplificativo, há dez anos, era impensável a existência de aparelhos que acedessem à Internet em qualquer ponto do mundo, contudo agora a evolução não passa só por aí, desenvolveram-se mecanismos de orientação avançados em automóveis (GPS), baterias cuja duração excede o normal, entre outros equipamentos que ousamos chamar de necessidades. Podemos, portanto, concluir que a sociedade consumista contemporânea já não se rege pela necessidade, mas pela vaidade, querendo adquirir sempre a novidade e rejeitar o usado. Actualmente, os REEE são a principal fonte de resíduos sólidos que mais cresce no mundo, sendo estes, frequentemente, depositados ou incinerados, técnicas com um grande impacto ambiental e humano. Na tabela 1, pode-se verificar a composição dos REEE em percentagem.

 

 

 

    Os REEE podem libertar substâncias como chumbo, mercúrio, cádmio, arsénio, cobre e alumínio, que, ao serem despejados no lixo comum, penetram no solo e nos lençóis freáticos contaminando a fauna e a flora de regiões inteiras, o que pode, ainda, originar graves problemas de saúde nos seres humanos, como perda do olfato, da audição e da visão, o enfraquecimento ósseo e ao aparecimento de cancros.

 

 

 

    Frequentemente, os fabricantes não têm um plano para os REEE, pelo que esses resíduos acabam por ir parar a aterros sanitários comuns ou são exportados para países em desenvolvimento (principalmente a China, a Índia e o Paquistão), devido ao baixo custo da mão de obra e à falta de legislação ambiental. Destarte, os países desenvolvidos conseguem lucrar bastante, pois não têm de se preocupar com estas questões. É facto que os Estados Unidos exportam cerca de 50 a 80% dos REEE recolhidos para reciclagem, que ficam ao encargo de países em desenvolvimento da Ásia, dos quais 90% são encaminhados para a China.

    É de notar que apenas o correto encaminhamento de REEE garante o manuseamento destes materiais em condições de segurança, assim como a sua eventual reciclagem, a fim de preservar a natureza, reduzir a utilização de materiais não renováveis e de valorizar os REEE como fonte de matéria-prima. Surge, então a necessidade de criar um destino para os REEE.

  

 

[4]Mattos, Karen, Mattos, Katty, Perales, Wattson, Os Impactos Ambientais Causados pelo Lixo Eletrónico e o uso da Logística Reversa para minimizar os efeitos causados ao Meio Ambiente, [Online], 2008, [Consult. 22.09.2012], Disponível em:

https://www.abepro.org.br/bibliot89eca/enegep2008_TN_STP_077_543_11709.pdf